Vermicompostagem

O QUE É?

A vermicompostagem é uma técnica de compostagem que utiliza minhocas, permitindo transformar os resíduos alimentares resultantes da preparação de refeições (sobretudo restos de legumes e verduras) em vermicomposto.

Ao recipiente para fazer a vermicompostagem chamamos de vermicompostor ou minhocário e pode ser uma caixa de plástico baixa e comprida ou uma caixa de esferovite.

 

Como Funciona

 

São as minhocas em conjunto com os microrganismos que vão fazer a decomposição dos resíduos orgânicos.

As minhocas são excelentes a fazer a degradação dos resíduos orgânicos uma vez que o seu corpo funciona como um reator no qual a matéria orgânica é transformada em húmus.

De entre os milhares de minhocas que existem, poucas são as que conseguem sobreviver no ambiente de alta concentração orgânica que se forma na compostagem. As espécies comerciais mais utilizadas na vermicopostagem são a Eisenia phoetida (minhoca vermelha da Califórnia) e a Lumbricus rubellus (minhoca dos resíduos orgânicos), e em menor escala, a Eudrilus eugeniase (minhoca gigante africana).

Estima-se que, por dia, uma minhoca possa digerir o seu peso em resíduos orgânicos e vivem aproximadamente um ano, podendo atingir cinco anos ou mais, em condições favoráveis.

VANTAGENS

local de instalação do vermicompostor

O vermicompostor deve ser colocado num sítio arejado e abrigado da luz direta, frio e calor, com uma temperatura média entre 16 e 22⁰C. As minhocas são influenciadas pelo barulho de máquinas, por isso, o vermicompostor deve estar afastado de fontes de ruído.

Se vives num apartamento ou não tens um espaço exterior que te permita fazer a compostagem doméstica tradicional este é o método de compostagem ideal para ti

A vermicompostagem possui praticamente as mesmas vantagens da compostagem tradicional acrescida de duas vantagens principais: não produz odores e não precisa de um grande espaço para ser realizada, podendo ser feita por quem não tem um espaço exterior disponível, ou seja, pode ser colocada em prática em apartamentos.

No final do processo obténs um composto que tal como o que é produzido através da compostagem doméstica, pode ser utilizado para enriquecer solos sem recurso a produtos químicos

PASSO-A-PASSO

Escolher/construir o vermicompostor

Para a construção de um vermicompostor irás precisar dos seguintes materiais:

  • Caixa de minhocas (caixa de plástico ou de madeira, uma gaveta velha, um aquário…)
  • Minhocas vermelhas (aproximadamente 300 g de minhocas por cada kg de lixo produzido por semana)
  • Papel de jornal
  • Terra
  • Resíduos orgânicos (restos de frutas, legumes e vegetais)

 

Ao escolher o tipo e dimensões da caixa deves ter em atenção os seguintes critérios: quantidade de resíduos orgânicos que produzes, espaço disponível, durabilidade/resistência da caixa e custo.
As dimensões ideais são 60 x 30 cm de base e 25 cm de altura e deve ser furada dos lados para permitir a circulação do ar no interior. Os furos não devem ser muito grandes, para que as minhocas não passem por eles e a caixa deve ter uma tampa.

 

Com a tua caixa pronta podes preparar a “cama” para as minhocas. Para isso deves rasgar o papel de jornal às tiras (1 a 2 cm de largura) e humedecer com água, utilizando 3 partes de água para 1 parte de jornal, para que o papel não fique demasiado ensopado. Deves evitar jornais com letras ou imagens coloridas, já que estas são tóxicas para as minhocas e diminuem a qualidade do composto final.

Coloca o jornal humedecido no fundo da caixa e junta 2 ou 3 chávenas de terra (é nesta terra que estão os microrganismos que vão ajudar as minhocas no processo da degradação da matéria orgânica). Junta agora as minhocas e espalha pela caixa os resíduos orgânicos, previamente cortados em pequenos pedaços, sem os compactar para garantir o arejamento, controlar odores e permitir o movimento das minhocas.

Podes agora tapar a tua caixa para evitar que quaisquer animais sejam atraídos para o local e/ou a proliferação de odores.

Alimentar as minhocas

As minhocas apenas podem ser alimentadas com restos de frutas, vegetais e legumes, não cozinhados e sem gordura. Não deves adicionar ao teu vermicompostor, qualquer tipo de carne ou peixe nem restos de alimentos cozinhados ou sobras de refeições.

Devem ser evitados alimentos ácidos, como cebola, alho e citrinos.

Não deve ser adicionada demasiada comida de uma só vez. Inicialmente as minhocas poderão ser alimentadas com maior frequência (2 a 3 vezes por semana), após as primeiras semanas a “comida” deve ser adicionada 3 ou 4 vezes por mês, espalhando uniformemente os restos de comida.

O manuseamento das minhocas deve ser feito com cuidado sem as ferir. Para isso deves escolher ferramentas sem arestas vivas e ter alguns cuidados especiais, nomeadamente, pulverizar as minhocas com água e usar um ancinho (e não uma pá) para remexer e remover o composto.

Mudar a cama das minhocas e recolher o vermicomposto

Deves verificar com regularidade o grau de humidade da cama. Caso as minhocas se acumulem nas camadas superiores, provavelmente existe excesso de água e, nesse caso, deves retirar a tampa. Se, pelo contrário, as minhocas se acumularem no fundo, deves borrifar a cama com água. Sempre que seja necessário manter o teor de humidade, podes aproveitar para revolver cuidadosamente o material e adicionar tiras de jornal humedecido.

A renovação da cama de minhocas deve ser feita 3 a 4 vezes por ano. Para isso podes deslocar o vermicomposto para um dos lados da caixa e colocar uma cama nova na metade vazia. Adicionar comida à nova cama e esperar que as minhocas se desloquem para essa área, o que geralmente demora uma ou duas semanas. Uns dias mais tarde podes retirar o vermicomposto, caso este esteja pronto, e completar com mais cama fresca.

Normalmente o composto pode ser removido ao fim de 4 a 6 meses. Este deve ser escuro como a terra e não deve ser possível identificar os resíduos colocados na caixa.